FREITAS, Maria Teresa de. Revolução Francesa e Modernidade em Rétif de la Bretonne. Cadernos de Linguística e Teoria Literária, Belo Horizonte, n. 22-24, 1989, p. 11-43.
RESUMO: Rétif de la Bretonne , escritor francês da segunda metade
do século XVIII,embora pouco conhecido nos meios literárias
atuais, e o autor de uma vasta e curiosa obra literária.
que toca os mais diversos gêneros: romance, conto,
ficção autobiográfica, teatro, ficção científica, tratado e
crônica. Além de conter inúmeras previsões, tanto no campo
sócio-político como no campo da ciência, frutos de uma extraordinária
lucidez profética, essa obra constituí Um excelente
documento sobre a sociedade de época. Mas. sobretudo,
é ele o autor de uma das mais interessantes crônicas da
Revolução francesa - talvez a única no gênero -, as Noites
Revolucionárias, onde se tem um quadro vivo das cenas mais
perturbadoras dos primeiros anos da Revolução, principalmente
daquelas, violentas e cruéis, que enchiam as ruas das
noites de Paris. A alternância de tais cenas com pequenos
contos, cujo conteúdo oscila da mais ingênua história de
amor platônico aos mais escabrosos casos de prostituição
infantil e de violência sexual, confere a essa obra única um aspecto lúdico, que o autor explora sob vários ângulos, e
que, alem de fazer dela um depoimento impar sobre o inconsciente
coletivo do povo francês à época, inscreve-a também
na linha da Modernidade literária.
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